PMDB quer Marco Civil da Internet sem 'neutralidade da rede'

Relator, Molon disse que vai pedi a aprovação do texto original da proposta
Da Folha de São Paulo


Principal aliado do Planalto na Câmara, o PMDB anunciou nesta quarta-feira (6 de novembro) que vai trabalhar para aprovar o texto original do Marco Civil da Internet enviado pelo governo em 2011. A ideia é garantir uma brecha para que as teles consigam furar a chamada "neutralidade da rede", principal proposta do texto e ponto de maior atrito entre emissoras de TV e empresas de telecomunicações.

A "neutralidade" impede as empresas provedoras de conexão de vender pacotes de dados específicos: um para a leitura e envio de e-mails; outro para quem quer assistir filmes e outro para quem joga on-line, por exemplo. Em outras palavras, as teles ficam obrigadas a manter o consumo livre.

A avaliação é que, como a versão original do projeto não é clara sobre a neutralidade, as teles poderiam vender pacotes diferenciados de acesso à internet. As empresas acreditam que ganhariam eventuais questionamentos na Justiça.

O parecer do deputado Alessandro Molon (PT-RJ) deixa claro que as teles estão impedidas de diferenciar os usuários pelo volume de bytes consumidos. Pelo relatório do petista, o usuário pode navegar por onde quiser no limite de seu pacote de dados contratados, mas sem que haja regras específicas sobre velocidade atrelada a um limite de consumo de bytes.


A movimentação do PMDB foi anunciada hoje durante um debate que a Câmara realiza com especialistas. Outra reclamação da bancada é a previsão incluída pelo relator para que um decreto presidencial determine se as empresas de internet precisarão armazenar seus dados no país. A medida enfrenta resistência de empresas como Google e Facebook.1

Comentários