“Temos orgulho de pertencer à primeira Indicação de Procedência para vinhos tropicais do mundo”, disse Jorge Garziera com a conquista do IP Vale do São Francisco para os vinhos Garziera

 

Jorge com a esposa, Rose e a filha Catharina Garziera, ex- prefeita e atual prefeita eleita de Lagoa Grande, celebrando uma conquista tão aguardada pela Garziera e a produção vitivinícola do vale (foto divulgação)

 

Uma espera de muitos anos chegou como presente de final de ano para seis rótulos da Vitivinícola Terroir do São Francisco Grupo Garziera, uma das pioneiras do Polo Vitivinícola do Vale do São Francisco. A marca de vinhos sediada em Lagoa Grande, no Sertão de Pernambuco, conhecida como a ‘capital da uva e do vinho do Nordeste’, recebeu o tão aguardado e prestigiado selo de Indicação de procedência (IP) que levou o no IP do Vale do São Francisco.


O empresário e enólogo Jorge Garziera, CEO da marca que foi também há 25 anos o idealizador do polo então como prefeito de Lagoa Grande, e que fez a região uma das principais produtoras de vinhos tropicais do planeta quando há quase 50 anos trouxe as primeiras mudas de uva para o semiárido pernambucano, em entrevista ao Blog, frisa como a indicação de região pode trazer um novo tempo para a Garziera e toda a cadeia produtora da vitivinicultura pernambucana.

 

“Isso caracteriza ainda mais qualidade e mais do que isso. Quando existe o selo de procedência, se garante antes de tudo que o nosso vinho foi produzido de fato na região do vale do São Francisco. Aponta que a produção foi realmente feita no nosso terroir que são vinhos tropicais, bons para tomar em momentos mais leves, como um passeio à praia, piscina. Não que não tenhamos rótulos mais encorpados, envelhecidos, com tipos de uva para maturar por mais tempo. A verdade é o IP leva que o consumidor do vinho possa escolher nossos vinhos e ter essa garantia de fato de sua região indicativa. É a Garziera, pioneira na nossa produção, atestando que nossos produtos são de fato produtos de qualidade, com selo indicativo e feito para tomar como e quando quiser”, explicou Jorge.




 

Foi uma busca de mais de 15 anos, conta Jorge, tendo nas pesquisas, testes e estudos, parcerias de instituições, a exemplo da Embrapa, Instituto do Vinho - Vi hovasf - entre outros 


“O selo é a nossa garantia de pertencimento de fato de todas as nossas características na hora de se produzir o vinho. Que somos diferentes de outras regiões produtoras como o Rio Grande do Sul e as outras regiões”, complementou Jorge Garziera.

 

A insígnia, que passou a ser aplicada nas garrafas a partir deste mês de dezembro, atesta que os produtos são feitos com uvas cultivadas na região e seguiram diversas diretrizes técnicas e sensoriais regulamentadas pelo Conselho Regulador da IP.

 

Conforme a carta de vinhos da Garziera atestados com o selo IP Vale do São Francisco, entram na lista o Garziera Cabernet SauvignonGarziera Shiraz e Garziera Malbec, da linha Varietal; e do catálogo Reserva, com estágio em madeira francesa, foram certificados o Garziera Reserva Chardonnay, o Garziera Reserva Malbec e Garziera Reserva Cabernet Sauvignon.


Jorge conta que os produtos da marca, certificados, pertencente aos grupos Tropical Vitivinícola e Vitivinícola Terroir do São Francisco Vinhos Garziera, e que são produzidos com uvas cultivadas em Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, no sertão pernambucano.

 

“Esse selo é um símbolo de nossa qualidade, autenticidade e tradição, reconhecidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Temos orgulho de pertencer à primeira Indicação de Procedência para vinhos tropicais do mundo, reforçando o papel do Vale como referência global na produção de vinhos únicos e de excelência”, comemorou o diretor e fundador da Tropical e da Garziera.


SAIBA MAIS


Indicações geográficas de procedência têm um grande impacto no setor, comenta o diretor enológico da Tropical Vitivinícola e vice-presidente do Conselho Regulador da IP Vale do São Francisco, Rodrigo Fabian.

 

 "A IP é um ganho para todos: para os produtores, que garantem que o vinho tenha origem e controle de qualidade; e para o consumidor, que terá a certeza de que o vinho passou por um comitê de degustação, foi aprovado e apresenta qualidade. Com isso, o setor, a sociedade e o consumidor saem ganhando”, complementa.





 

Protocolada em 2020 pelo Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinhovasf) junto ao INPI e aprovada em novembro de 2022, a IP Vale do São Francisco é o resultado de um trabalho de duas décadas de organização do setor.

 

Os estudos para tipificação da região demarcada envolveram o próprio Vinhovasf, Embrapa Semiárido, Embrapa Uva e Vinho, Universidade de Caxias do Sul e Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE).


Além da Vinícola Garziera, outras oito empresas vitivinícolas estão associadas ao Vinhovasf e podem submeter seus vinhos à avaliação do Conselho Regulador.


A IP Vale do São Francisco é a primeira a englobar vinhos finos e espumantes elaborados em zonas tropicais do globo. Nessas regiões, pode ocorrer mais de um ciclo vegetativo da videira por ano, diferentemente de vinhos elaborados em áreas temperadas.

 

No Vale, isso é possível graças à irrigação e ao clima tropical semiárido, com temperaturas elevadas que viabilizam a produção de uvas e vinhos de janeiro a dezembro, com até duas safras e meia por videira. Além, ainda, de possibilidades de colheitas escalonadas ao longo do ano nas diferentes parcelas de vinhedos.

 

Além da Vinícola Garziera, outras oito empresas vitivinícolas estão associadas ao Vinhovasf e podem submeter seus vinhos à avaliação do Conselho Regulador.

 

“Sempre pontuamos nossos diferenciais com qualidade de produção, agora estamos atestados de fato com nosso IP Vale do São Francisco”, complementou Jorge Garziera.

 

Essa indicação geográfica é a primeira no Brasil fora da região Sul e a integrar municípios de dois estados: Lagoa Grande, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco; e Casa Nova e Curaçá, na Bahia.

 




Por Cinara Marques, redação Blog Coluna BASTIDOR 

 


 


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